Prêmio Tese de Doutorado em Ciências Morfológicas
Apresentação
A Comissão do PCM diante da grande qualidade das teses de doutorado dos alunos decidiu criar o Prêmio Tese de Doutorado para a cada ano estimular e premiar a melhor tese de doutorado. Assim em 2008 a patronesse do prêmio foi a Professora Maria Conceição Machado, ex-Profesora Titular da UFMG e que tanto fez pelas Ciências Morfológicas durante sua vida. O juri de avaliação presidido pelo Professor Adalberto R. Vieyra, Professor Titular do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF) e contando com o Professor Olaf Malm, Professor Titular e então Diretor do IBCCF, as Professoras Debora Foguel do Instituto de Bioquimica Médica da UFRJ e a Professora Annamaria Ravara Vago, Professora e então Coordenadora do Programa de Pós-Graduação de Biologia Celular da UFMG, escolheu entre as teses candidatas a da Doutora Luciana Romão, orientada pelo Professor Vivaldo M. Neto. Esta tese enviada ao concurso CAPES de Tese recebeu naquele ano Menção Honrosa.
No ano seguinte, 2009, o prêmio teve como patronesse a Professora Leny Alves Cavalcante do IBCCF da UFRJ e o Juri presidido pela Professora Debora Foguel do IBQMed da UFRJ, contando com a Professora Gloria Duarte da UFPE, Professores Jackson Bittencourt e Henning Ulrich da USP, indicou a tese da Doutora Giselle Pinto de Faria orientada pelo Professor Vivaldo M. Neto e designou Menção Honrosa para a tese do Doutor Clynton Lourrenço Corrêa, orientado pela Professora Silvana Allodi.
O 2010, teve como patrono o Professor Carlos Chagas Filho, no ano do seu centésimo aniversário de nascimento. A tese escolhida neste ano foi a da Doutora Tania Spohr, aluna da Professora Flavia Gomes, “Papel dos Astrócitos na Diferenciação de Progenitores Neurais: Efeito dos lipídeos bioativos LPA e S1P”. Duas menções honrosas foram conferidas este ano, a da Doutora Debora M. Portilho, orientada pela Professora Claudia Mermelstein e da Doutora Cintia M. de Barros orientada pela Profesora Silvana Allodi. O Juri foi presidido pela Professora Denise Pires, diretora do IBCCF da UFRJ e contou com Estela Bevilacqua, Professora do ICB da USP; Soraya Soubhi Smaili, Professora da UNIFESP; Dora Brites, Professora da Universidade de Lisboa, Portugal. Em todos concursos, as comissões julgadoras têm sido unânimes em salientar alta qualidade das teses concorrentes o que é motivo de orgulho para o PCM.
No ano de 2011 PCM recebeu 10 candidaturas para o Prêmio Melhor Tese de Doutorado (Prêmio Radovan Borojevic). Foi o maior número de candidaturas desde a criação deste prêmio pelo Programa. As teses foram analisadas por uma comissão formada pelos seguintes membros: Prof. Hernandes Faustino de Carvalho (Unicamp); Prof. Marcelo Bozza (UFRJ) e Prof. Rafael Roesler (UFRGS). A Comissão indicou a seguinte tese ao PRÊMIO RADOVAN BOROJEVIC – A Doutora Helena Decker, com a tese “Disfunção Sináptica e Comprometimento do Transporte Axonal induzidos por Oligômeros do Peptídeo β-amilóide“, desenvolvida sob a orientação do Prof. Sergio Ferreira. Ganharam a MENÇÃO HONROSA as seguintes tese: O Doutor Pedro Moreno P. Coelho, com a tese “Avaliação do Papel de Células Mononucleares do Sangue de Cordão Umbilical Humano no Sistema Nervoso Central de Ratos Submetidos a Hipóxia-Isquemia Neonatal“, desenvolvida sob a orientação dos Profs. Rosalia Mendez-Otero e Marcelo Felippe Santiago. E a Doutora Rossana Soletti, com a tese “Papel das proteínas Retinoblastoma e Beta-catenina na tumorigênese do cólon associada à inflamação“, desenvolvida sob a orientação da Profa. Helena Borges. O primeiro lugar será indicado pelo PCM para concorrer ao Prêmio CAPES de melhor tese 2010.
No último triênio, nossos discentes receberam o PRÊMIO CAPES DE TESE por 2 anos consecutivos (PRÊMIO CBII em 2011 e MENÇÃO HONROSA em 2012 e o Prêmio Gilberto Velho de melhor Tese de Doutorado na UFRJ edição 2015 na categoria ciências da vida. Em 2018 e 2019, discentes do PCM foram contemplados com PRÊMIO CAPES DE TESE ÀREA CBII em 2018 e MENÇÃO HONROSA em 2019, para Luan Pereira e Theo Marins, respectivamente.
1) “Papel do TGF-B1 astrocitário na formação e disfunção sináptica do Sistema Nervoso Central”
Autoria de Luan Pereira Diniz
Prêmio melhor tese PCM de 2017 e Prêmio CAPES de Teses CBII 2018
O trabalho apresentado é original e de relevância técnico científica com aplicabilidade. Durante o desenvolvimento da tese foi identificado o mecanismo celular e molecular de como os astrócitos regulam a formação de sinapses inibitórias. Além disso, foi verificado que disfunções astrocitárias impactam no funcionamento do Sistema Nervoso. Ainda, foi demonstrado de maneira pioneira que déficits gliais estão associados à perda sináptica, déficits cognitivos e motores na Doença de Alzheimer e Parkinson, respectivamente. Portanto os achados abrem perspectivas para a busca de novos alvos terapêuticos para doenças neurodegenerativas. A tese apresenta uma excelente produção científica (total de 13 artigos, 4 como primeiro autor). Estes artigos apresentam índices de impacto entre 2.9 e 6.2, cuja média está em 4.2. Ainda, um destes artigos obtido grande repercussão em mídias nacionais e internacionais. O Dr. Luan recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais, incluindo International Society for Neurochemisty (ISN); International Brain Research Organization (IBRO), Sociedade Brasileira de Neurociência e Comportamento (SBNeC), Sociedade Brasileira de Biologia Celular (SBBC). A temática de investigação da tese envolveu disfunções gliais, as quais impactam no funcionamento do cérebro, tendo demonstrado de maneira pioneira que déficits gliais estão associados a perda sináptica e déficits cognitivos na Doença de Alzheimer e Parkinson.
2) “Neuroimagem por ressonância magnética na investigação da plasticidade cerebral induzida e adquirida em humanos”
Autoria de Theo Ferreira Marins.
Prêmio melhor tese PCM de 2018 e indicado para o Prêmio CAPES de Teses 2019, onde obteve menção Honrosa no CBII O trabalho apresentado é original e com potencial aplicabilidade para a saúde humana. Orientado pela Dra. Fernanda Tovar-Moll na área de Anatomia Básico-Clínica, Theo estudou o cérebro de indivíduos saudáveis e aqueles apresentando patologias, como tumores e acidente vascular cerebral, para explorar os limites da plasticidade cerebral. Utilizando neurofeedback aliado a diferentes técnicas de ressonância magnética ele se perguntou se indivíduos eram capazes de treinar a fortalecer áreas do próprio cérebro como uma alternativa à reabilitação.
Durante o desenvolvimento da tese foi mostrado, pela primeira vez, que o fortalecimento de redes neurais pode ser induzido em tempo recorde (menos de uma hora). Além disto, seu trabalho indica que o tálamo abriga as bases neurais da plasticidade transmodal em indivíduos cegos congênitos. A tese apresenta uma excelente produção científica, em que o candidato publicou 5 artigos científicos, sendo 2 como primeiro autor. Seus artigos apresentam índices de impacto entre 3 e 9. Seu trabalho foi reconhecido pela comunidade científica nacional e internacional, sendo que o Dr. Marins recebeu o prêmio de melhor apresentação oral no VII International Symposium in Neuromodulation, São Paulo (2016), ano em que também obteve financiamento para o Summer School of Non-Invasive Brain Stimulation, em Freiburg, Alemanha pela Volkswagen Foundation.
3) “Targeting tumor-associated microglia/macrophages to inhibit blood vessel dysmorphia and glioma progression”
Autoria de Luiz Henrique Medeiros Geraldo Premio melhor tese PCM de 2019 e indicado para o Prêmio CAPES de Teses 2020
A tese explora a interação entre o glioblastoma, tumor altamente agressivo do sistema nervoso central, e o microambiente tumoral. Defendida em inglês, a tese foi orientada pela Profa. Flávia Lima em co-tutela com a Profa. Anne Eichmann (Université de Paris, INSERM U970) como parte do Programa MD-PhD, e desenvolvida entre os laboratórios brasileiro e francês. Luiz Henrique investigou de forma original como células endoteliais e do sistema imune, microglia e macrófagos, se associam ao tumor e promovem a progressão tumoral. Identificou os fatores CCL21 e SLIT2 como fatores fundamentais neste ambiente tumoral, e que poderão se tornar importantes alvos terapêuticos contra o tumor. Como fruto desta investigação publicou três artigos como primeiro autor em revistas de alto impacto. Participou também de vários outros trabalhos relacionados, totalizando 8 artigos adicionais publicados em revistas de grande circulação internacional. Se utiliza de abordagens experimentais inovadoras, abordagens in vitro com células humanas e in vivo com modelos animais, associando os fatores CCL21 e SLIT2 a um pior prognóstico tumoral. Mostra ainda que a inibição de Slit-Robo leva à uma normalização vascular em torno do tumor, aumentando o acesso de fármacos ao tumor e assim uma maior sensibilidade à quimioterapia. Egresso em franca ascensão científica, hoje realiza pós-doutorado na Universidade Yale.
4) “Mecanismos moleculares de regulação da via de sinalização Wnt/β-catenina”
Autoria de Danilo Predes Monteiro da Cunha
Menção honrosa no Prêmio melhor tese PCM de 2019.
Focado nos mecanismos de transdução de sinais que controlam o desenvolvimento embrionário e a progressão de tumores coloretais, Danilo desenvolveu um trabalho de grande complexidade e inovador. Baseado na observação de que 94% dos canceres coloretais são associados a mutações em um ou mais componentes da via de Wnt/B-catenina, sua tese explora o potencial de flavonóides como inibidores da via de Wnt, mostrando que são importantes para modulador processos inflamatórios, balanço redox e a promoção e progressão do cancer. Num dos seus principais trabalhos publicados como resultado de seu trabalho de tese, avalia diretamente o efeito da ionchocarpina em linhagens tumorais humanas específicas, e num modelo de câncer coloretal murino. Sua pesquisa abriu um novo campo de investigação dentro do grupo, que explora diferentes compostos na progressão tumoral utilizando screening para efeitos sobre a via de Wnt com o modelo Xenopus e testes em linhagnes tumorais humanas. Como parte deste trabalho Danilo publicou 8 trabalhos em revistas de circulação internacional, sendo 2 como primeiro autor. Hoje realiza pós-doutorado na Harvard Medical School estudando seu papel da via de Wnt na manutenção de células-tronco, empregando organoides.